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Dia da compra de um videogame

Bem-vindos ao “post do tempo”, caros leitores! Um post especial, construído para ser capaz de nos levar a um tempo específico, para (re)viver experiências que você não verá nos livros de história. Anteriormente, já fizemos uma viagem e mostramos como era alugar fitas (você pode relembrar clicando aqui), portanto a viagem é segura!

Hoje, voltaremos lá para as décadas de 80 e 90. Por isso, apertem os cintos e preparem-se, pois a viagem começa em 3, 2, 1…

Pronto! Estamos em algum lugar no tempo e espaço, na década de 80 ou de 90, não sei ao certo. É fim de semana e estamos, como de costume, vestidos de forma casual, indo para a locadora do bairro encontrar os amigos. Chegando lá, você repara que algo mudou. Tem alguma coisa diferente no ar e uma aglomeração se forma em frente a uma das telas de TVs que têm videogames para pagar e jogar. Mas o que está acontecendo? Você nunca viu aquela tela ou aquele videogame antes!

Aqui era onde o pessoal se reunia para jogar.

Buscando entender a situação e sanar a sua dúvida, você se dirige ao balcão do dono da locadora buscando explicações sobre o motivo daquela reunião. Ele, com tamanha naturalidade, diz que é um novo videogame, muito mais potente que os que haviam ali até então. Maravilhado você é mordido pelo V-Virus (vírus dos videogames) e se torna mais um zumbi, permanecendo admirando, imóvel, por vários minutos, diria até horas a fio.

Como não há internet e revistas sobre videogames disponíveis no mercado, você fica preso tentando entender o que está acontecendo. Mais do que isso: você tenta entender como todos os consoles atuais que antes eram bons, agora parecem tão defasados. Seu coração acelera! Você pensa nas possibilidades caso tenha um desses em sua casa. Então uma ideia surge na sua cabeça: “e se eu pedir pros meus pais me darem um?”. E assim você sai correndo para casa e faz o pedido. Após ouvir várias lamúrias e ter que argumentar que não “é tudo videogame” e que não “é tudo igual” (o que exige um trabalho de oratória e argumentação absurdos), seu pai finalmente resolve comprar, com a condição de que “esse é um presente que vale para o seu aniversário e para o natal” (os pais fazem isso).

A caixa implorando para ser aberta!

Após dirigir pela cidade, com cada quilômetro representando o aumento de 1 batimento por minuto, vocês param o carro e entram na loja. Seus pais assumem as rédeas da situação e da negociação. O vendedor oferece mais jogos com um desconto. Sua vontade é dar um “chega para lá” em seus pais e falar: “pai, mãe, deixa que eu assumo a partir daqui… Se eu levar todos os jogos quanto fica?”, mas seus pais nunca permitiriam isso. O videogame vem com um único jogo e isto, pelo menos para eles, já é mais que suficiente. Você está tranquilo, pois sabe que eles não vão honrar a promessa de esse ser o presente pro resto do ano, e o natal virá com jogos. E mesmo que jogos não venham, a locadora está sempre ali, de portas abertas.

Toda a volta para casa parece que dura anos. Você olha para a caixa e tem a impressão de que ela está dizendo: “me abra”. Percebendo a vontade crescente, seu pai com uma voz grave diz: “não abra dentro do carro, só fará bagunça”. Você afasta a mão e se pergunta: “viajamos tanto assim para comprar o videogame? Por que está demorando tanto para chegarmos em casa?”. Eis que vocês chegam e finalmente pode abrir o videogame e viver toda aquela sensação deliciosa que é tirá-lo da caixa, ver manuais, instalar e organizar o videogame junto da TV. Após, você pode finalmente ligar o console, jogar e jogar (mas não muito que é para não estragar a TV, ok?). Após longas horas de diversão, chega a hora de dormir e descansar, pois amanhã será mais um dia com seu novo grande amigo.

Até o Miyamoto estava feliz pelo fato de ter ganhado um videogame novo!

Oh, não! A jogatina está gostosa, mas o combustível do post do tempo está no final e já é hora de voltar! Mas ficam as boas lembranças que vivenciamos e a saudade de um tempo que é inesquecível.

E fica também o questionamento sobre como os e-commerces e mídia digital estão acabando com toda essa sensação em família de esperar para abrir o videogame/jogo. Estamos cada vez mais imediatistas, ou seja, se queremos um videogame ou jogo vamos no computador e compramos. Não me entendam mal, pois isso não é nada ruim! Porém, perdemos boas memórias como esta que relatei neste post. Todavia, isso é assunto para debatermos em uma outra ocasião.

Obrigado por ler até aqui e até o próximo post.

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Tovar

Nintendista desde os 8-bits, pulei somente a geração GameCube (que recuperei com o Wii). Jogo em qualquer plataforma. Um fã de The Legend of Zelda, Donkey Kong, Mario, Mega Man, e de outros grandes nomes da indústria.

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