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Animal Crossing: Pocket Camp, um jogo na medida certa!

Ter Zelda, Mario, Pokémon, Donkey Kong e Kirby como suas franquias “irmãs” não é fácil para nenhum grande nome da indústria de jogos, isso dificulta ainda mais para Animal Crossing, onde a premissa de seus jogos são mais voltadas para um público segmentado e que tem como referência clássicos como Harvest Moon. Cuidar de uma cidade, coletar recursos e se relacionar com vizinhos, tudo isso com personagens marcantes como Isabele, K.K. Slider e Tom Nook, são características principais dos jogos de Animal Crossing, mas desde 2012 não temos um bom jogo da franquia – Amiibo Festival e Happy Home Designer não agradaram muito. O lançamento de Animal Crossing: Pocket Camp mostrou que a Nintendo não estava disposta a desistir dos spin-offs, e o game, enfim, parece ter acertado o ponto que a Big N queria para os jogos secundários de AC, mesmo com os desafios da portabilidade para o celular e a necessidade de um bom jogo de Animal Crossing.

O desenvolvimento de Pocket Camp não teve nenhum outro estúdio por trás além da Nintendo, o jogo faz parte da primeira leva de jogos da Big N para smartphones (Super Mario Run e Fire Emblem Heroes são os outros). Como o próprio nome diz, em Pocket Camp não cuidamos de toda cidade mas sim do nosso acampamento, onde podemos adicionar móveis e expandir o espaço – temos um trailer e agora são pinguins que nos emprestam dinheiro para expandi-lo. Além da ilha onde fica o nosso acampamento, temos 4 ilhas que nos possibilitam recolher frutas, capturar insetos e pescar, além de interagir com um villager por ilha, trocando de personagens a cada 3h (tempo real). Os vizinhos visitam as ilhas aleatoriamente e são desbloqueados conforme upamos o nosso personagem, nossa relação com os villagers aumentam e nos dão novos recursos a cada quest que completamos; também é possível chamar vizinhos para morar em nosso acampamento, para isso é necessário cumprir os requisitos de cada um, como criar os móveis certos e atingir o nível mínimo de afetividade. Há ainda mais 2 ilhas: uma onde é possível explorá-la com a ajuda de amigos ou pagando a entrada com tickets, e temos uma ilha para comprar roupas e acessórios. É possível encontrar outros jogadores em nossas ilhas, inclusive amigos, que podemos adicionar ao trocar IDs ou encontrando pessoas através de redes sociais como Facebook e Twitter; é possível visitar acampamentos de amigos, vender e comprar itens e ajudá-los em missões.

As maiores diferenças de Pocket Camp para os jogos clássicos da franquia, como New Leaf e Wild World, são rapidamente notadas na jogabilidade, mas não significa que isso é algo ruim. Sem um controle tradicional com analógicos e botões, o touch é bem usado para todas as interações necessárias, como deslizar o dedo fazendo o personagem andar, selecionar o objeto que deseja interagir com um toque e clicar na hora certa para ter sucesso na captura de insetos ou na pescaria. Alguns elementos da franquia não estão presentes, como cortar e plantar uma árvore ou posicionar as flores e regá-las para conseguir as mais raras, mas as principais mecânicas e possibilidades de Animal Crossing foram muito bem aplicadas em Pocket Camp, surpreendendo positivamente a quantidade de conteúdo e a ótima portabilidade para smartphones. O sistema para o uso de dinheiro real não estraga o jogo daqueles que preferem não gastar, e ainda dá uma opção para quem quer uma progressão mais rápida, apenas os tickets podem ser comprados com dinheiro real, mas a todo momento você é recompensado com esses tickets ao completar quests ou missões temporárias.

Os poucos problemas de Pocket Camp não têm relação apenas com o jogo, mas também com a estrutura online da Big N. Apesar de não apresentar engasgos ou crashar o jogo, as falhas de comunicação chegam a atrapalhar um pouco a experiência, já que se trata de um jogo de celular e o objetivo não é ficar jogando por muitas horas – principalmente se for pra ficar esperando o jogo se conectar. Se uma interrupção na jogatina já é o suficiente para desanimar qualquer um, imagina com uma mensagem sagaz da Big N: “Tente ir para algum lugar com uma conexão melhor. Se você continuar com problemas, tente novamente mais tarde”, atualizações devem resolver esses problemas. Outro ponto negativo em Pocket Camp é a falta de variedade nas quests dos villagers, sendo limitadas apenas a conseguir itens para os seus vizinhos, sem nenhuma missão mais elaborada, como entregar presentes ou comprar itens especiais.

Animal Crossing: Pocket Camp acerta em tudo que lhe é proposto, até em suas limitações. A estreia nos celulares poderia ser o grande motivo para mais um título dispensável de AC, mas saber usar as limitações da plataforma para ter um meio termo, entre a qualidade dos últimos spin-offs e o que podemos esperar no Switch, é o grande segredo de Pocket Camp. Quem não simpatizou com a série nos excelentes New Leaf ou Wild World não se tornará fã com Pocket Camp, mas um jogo mobile, que usa mecânicas de tempo e traz os melhores elementos da franquia, pode convencer aqueles que não conseguiam se dedicar tanto aos jogos de DS e 3DS. Além de tudo isso, Pocket Camp acerta no seu modelo de venda, traz os melhores personagens e referências da série e promete ter vida longa com eventos e atualizações constantes, tornando-se uma referência de jogo mobile mesmo nesse pouco tempo de Nintendo no mercado.

Animal Crossing: Pocket Camp já está disponível, de graça, para iOS e Android.


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Jonatas Marques

De RPG japonês até Candy Crush genérico, se me prende a atenção, estou jogando! Essa paixão transcendeu para a internet, onde escrevo sobre games na NL e no Medium.

2 thoughts on “Animal Crossing: Pocket Camp, um jogo na medida certa!

  • Rubens Mateus Padoveze

    assim que os servidores deixarem eu testo kkkk

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    • Jonatas Marques

      Já está bem mais tranquilo agora, no primeiro dia que tinha muitas quedas. Vale a pena baixar \o/

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